quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Continue Menina, continue...


"Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe. Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão, a mente pode te alimentar com flores. Eu não estou fazendo nada de errado. Só estou tentando deixar as coisas um pouco mais bonitas."
Caio Fernando Abreu

A menina das sapatilhas douradas estava cansada. Tudo que fizera, parecia em vão! Ela lutou, relutou, e mesmo assim, nada. Ela tentou ter a leveza da borboleta, que tão linda pairava em cada toque de orvalho. Ela tentou compreender a tal ciranda da vida, que enquanto rodava fazia seu ciclo... E o ciclo é isso: Início, meio, fim, início, meio, fim, início...
Chega! Ela já não agüentava o peso de suas sapatilhas, A dor no seu coração e a esperança tão exausta. Ela só queria ser feliz! E tentou, tentou de tudo, de todas as formas.
A menina borboleta, enquanto cirandava pelo ciclo da sua vida resolveu abandonar suas sapatilhas, pendurá-las e esquecer quem um dia dançou tanto pelo baile da vida, esquecer da dor que esse baile causara em sua face branca, nua e cansada.
Então, ela ficou parada. Quis só olhar... Já não queria participar do baile. Pensou em tirar seu vestido de festa e dormir, sonhar e ficar quietinha enquanto os outros continuassem tentando.
Sua amiga, a velha borboleta já não tinha mais aquele brilho antigo porém continuava linda e borboleteando entre as palavras. Ela chegou perto da menina e pousou em seu ombro, sussurrando:
- Menina, não perca as esperanças. Nesse tal baile da vida, só vence quem dança até o fim. Quem continua apesar das feridas nos pés... Quem prossegue apesar de suas asas quebradas e mesmo assim tenta alcançar o vôo. Vai menina, levante-se... Não perca a oportunidade única. Coloque um sorriso no rosto e continue! O baile não pode parar, a ciranda não pode acabar e você não deve desistir.
A menina exausta, disse a borboleta:
- Minha amiga, não sei se agüento... Já sofri demais nesse baile. Muita gente pisou no meu pé, me derrubou no chão e me deixaram caída. Não deveria voltar lá, estou com medo.
- O medo escurece o baile e te impede de ver o melhor da dança. Vai lá menina, coloque suas sapatilhas e rodopie pelo salão-mundo. Sempre tem uma surpresa escondidinha em cada novo passo de dança.

A menina sorriu enquanto uma lágrima caía dos seus olhos. Ela estava entendendo, a menina borboleta começava a dar lugar a uma mocinha bailaria, que mesmo cansada de saltitar deveria continuar... E saiu dançando e alegrando quem passava ao seu redor. Borboleteando entre as pessoas ela enfim entendeu, que o poder da vida é ter a força de continuar.

Música para ouvir enquanto lê: Mine - Taylor Swift

18 comentários:

  1. lindo! Lindo mesmo! texto muito delicado... uma linda história.

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  2. Ótimo texto!
    Me fez lembrar da minha vida(claro), de tudo que eu já passei pra chegar onde estou hoje. Costumo pensar que o hoje é consequência do passado, e meu passado foi vivido com muito esforço, não que hoje eu já não precise me esforçar, mas a verdade é que hoje, pra mim, por tudo que eu já passei de bom e de ruim, a vida se tornou mais fácil e acessível.
    Acho que é assim com todo ser humano, vencendo desafios, escalando fortalezas e prosseguindo em sua vida para sair melhor dela.
    É isso!
    Retribuindo a visita no meu blog e dizendo que já te sigo, pois gosto muito dos seus textos.
    Abraços e sucesso com seu blog.

    http://mrdimahway.blogspot.com/

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  3. é um belo texto de motivação, ás vezes quando estamos "cansados", desanimados com algo, precisamos de um empurrãozinho para vencer!
    se quiser, acesse meus blogs http://artegrotesca.blogspot.com e http://denisirenia.blogspot.com

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  4. "Menina, não perca as esperanças. Nesse tal baile da vida, só vence quem dança até o fim."

    Perfeito.

    Ganhou mais uma seguidora =)

    http://ameninaqueroubavaasimesma.blogspot.com

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  5. Gosto do jeito que escreve, é uma coisa tão leve, suave...tranquila.

    Legal mesmo!

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  6. "Valsando como valsa uma criança que entra na roda, a noite tá no fim. Ela valsando só na madrugada, se julgando amada ao som dos bandolins".

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  7. Como sempre arrasando... sua escrita é perfeita, suave, delicada, linda no sentido literal, essa é um linda fabula mesmo sem aquela moral da história que eu não gosto por sinal, mesmo se colocar ai a moral da história todos conseguimos refletir a respeito dessa dança da vida, de como pedras e porcos farão mesmo parte de caminho e ainda assim teremos que prossegui... obrigado pelas palavras de incentivo no Comando é sempre um honra ler suas palavras a respeito dos meus escritos... sucesso e aplaudo você!

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  8. Lindo este texto Jhonny....acredito q dentro de cada um de nós surge esta bailarina, porem devemos sempre lembra em "continuar".
    Abraçaum

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  9. Lindo texto, e é o que muita gente precisa saber. "O medo escurece o baile e te impede de ver o melhor da dança." adorei!

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  10. Vc gosta de borboletas heim ?!? hahahahha... que bom que eu as acho fascinantes. A bailarina é isso mesmo, dor, sofrimento, os pés se moendo entre o chão e o corpo, mas sempre sorrindo. Pq? Pq ela é forte ^^

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  11. Caio Fernando de Abreu é o máximo! Gostei muito daqui! Continue, continue...

    bjos

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  12. Olá!

    Estou passando aqui para dizer que estou sorteado uma linda caixinha de boneca de biscuit.

    Participe!
    http://robertaasouza.blogspot.com/

    beijoss
    Roberta Souza

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  13. É na dança da vida que todos estamos à bailar. Desistir jamais!!!

    Adorei teu canto!!

    Parabéns. beijocas

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  14. O texto mostra que é a partir da força que temos em continuar, levar a diante as situações, que podemos evoluir e galgar conquistas. Linda perspectiva.

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  15. Como não li esse texto antes? Coisa lindaaaaaaaaaa!
    É tão difícil continuar. Tão difícil!
    Mas que sentido daremos à ciranda da vida se não continuarmos apesar de toda dor.

    Você é lindo Jhony! Parabéns!

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  16. Não poderia ter lido texto melhor, que imagem linda. Eu faço balé rsrs
    Realmente quando cresçemos começamos a entender as dores, alegrias, sentimentos e começamos a aprender mais sobre a vida. Vemos que realmente temos que continuar, independente da dor. A dor pode ser a pior do mundo, mas temos que viver mesmo sem vontade de sorrir, nem de viver. Você simplismente continua a respirar e logo chega o próximo dia e nada como um dia após o outro.

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