segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um sonho, daqueles de sorrir sem motivo...


“Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou (…). Eu abandono histórias, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia (…). Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar…”
Caio Fernando Abreu


Foi um sonho. Daqueles de dar água na boca e um conforto quentinho no coração.
Foi um sonho, mas não apenas mais um sonho... Foi um sonho lindo! Daqueles que a gente não quer acordar por mais bonito que esteja o dia, sabe?
Aquele sonho que nos dá um sorriso no cantinho dos lábios só de lembrarmos a respeito dele.
Nele, você estava lá, exatamente da maneira que sempre imaginei como seria nossa relação minuto após minuto. Aquele sorriso estampado na cara, praticamente dizendo ao mundo: Enfim, sou feliz. Quer embarcar nessa também?
Aquela cumplicidade linda, que vejo hoje em dia em todos os casais, isso existia em meu sonho, isso existia em cada pedacinho do ‘nós’ ali. Eu poderia te dizer tudo e como foi cada detalhe do nosso dia tão sonhado que ainda não existiu... Mas sabe por que acho que sonhei? Medo desse dia nunca chegar.
Medo de estar fazendo uma história de amor solitária em cima de um breve 'Era uma vez...".
Medo de estar romanceando sozinho, sem sua companhia.
Eu tenho tanto medo do nosso dia nunca chegar que acabei construindo cada parte dele, como quem constrói um castelo de areia sabendo que um dia vai desmoronar. Mas mesmo assim arruma a terra, dá formato, dá vida, dá alma, dá coração, dá qualquer-sentimento-exarcebado que faça valer a pena aquele estado de espera, de vontade, de uma saudade irracional daquilo que ainda não existiu.
Eu tenho tanto medo que você seja apenas uma ilusão que criei para ser feliz, apenas uma parte da minha história que não terá continuidade. Eu não quero isso! Eu quero você em todas as parcelas de tempo do meu dia. Eu te quero para mostrar a si mesmo o quanto posso te fazer feliz, cara! Eu quero cada toque de suas mãos, cada sentimento do seu coração, cada suspiro dado por um sinal de amor. Eu quero até mesmo as suas tristezas, limpar suas lágrimas e beijar sua bochecha quando você precisar apenas de um colo, de um amigo...
Eu te quero e não para depois, não para outro dia, outra semana, outra vida... Eu te quero agora! Te quero para os meus instantes todos que sinto cada pensamento seu mesmo estando longe.
Sente o tamanho disso tudo? Sente o quanto posso abobalhar seu coração que já é tão bobo, tão lindo, tão meu?
É isso que quero fazer com cada pedaço teu meu bem. Quero, junto contigo meu companheiro, construir um castelo. Mas que esse não seja de areia, nem de nenhum material frágil... Que ele seja construído com ternura, moldado com carinho, finalizado com amor e modificado com o tempo pela esperança.
Vamos construir esse castelo?
Prometo que te ajudo em cada detalhe e no final te dou um beijo na testa. Sinal de respeito? Não apenas isso. Sinal de que quero estar sempre na sua cabeça enquanto moro em seu coração.

Música para ouvir enquanto lê:Pink - Fucking Perfect


*Galera, me desculpe a demora para postar aqui! Final de Termo é essa correria, provas, trabalhos... Mas muito obrigado por continuarem acompanhando meu blog. <3

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Continue Menina, continue...


"Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe. Se a realidade te alimenta com merda, meu irmão, a mente pode te alimentar com flores. Eu não estou fazendo nada de errado. Só estou tentando deixar as coisas um pouco mais bonitas."
Caio Fernando Abreu

A menina das sapatilhas douradas estava cansada. Tudo que fizera, parecia em vão! Ela lutou, relutou, e mesmo assim, nada. Ela tentou ter a leveza da borboleta, que tão linda pairava em cada toque de orvalho. Ela tentou compreender a tal ciranda da vida, que enquanto rodava fazia seu ciclo... E o ciclo é isso: Início, meio, fim, início, meio, fim, início...
Chega! Ela já não agüentava o peso de suas sapatilhas, A dor no seu coração e a esperança tão exausta. Ela só queria ser feliz! E tentou, tentou de tudo, de todas as formas.
A menina borboleta, enquanto cirandava pelo ciclo da sua vida resolveu abandonar suas sapatilhas, pendurá-las e esquecer quem um dia dançou tanto pelo baile da vida, esquecer da dor que esse baile causara em sua face branca, nua e cansada.
Então, ela ficou parada. Quis só olhar... Já não queria participar do baile. Pensou em tirar seu vestido de festa e dormir, sonhar e ficar quietinha enquanto os outros continuassem tentando.
Sua amiga, a velha borboleta já não tinha mais aquele brilho antigo porém continuava linda e borboleteando entre as palavras. Ela chegou perto da menina e pousou em seu ombro, sussurrando:
- Menina, não perca as esperanças. Nesse tal baile da vida, só vence quem dança até o fim. Quem continua apesar das feridas nos pés... Quem prossegue apesar de suas asas quebradas e mesmo assim tenta alcançar o vôo. Vai menina, levante-se... Não perca a oportunidade única. Coloque um sorriso no rosto e continue! O baile não pode parar, a ciranda não pode acabar e você não deve desistir.
A menina exausta, disse a borboleta:
- Minha amiga, não sei se agüento... Já sofri demais nesse baile. Muita gente pisou no meu pé, me derrubou no chão e me deixaram caída. Não deveria voltar lá, estou com medo.
- O medo escurece o baile e te impede de ver o melhor da dança. Vai lá menina, coloque suas sapatilhas e rodopie pelo salão-mundo. Sempre tem uma surpresa escondidinha em cada novo passo de dança.

A menina sorriu enquanto uma lágrima caía dos seus olhos. Ela estava entendendo, a menina borboleta começava a dar lugar a uma mocinha bailaria, que mesmo cansada de saltitar deveria continuar... E saiu dançando e alegrando quem passava ao seu redor. Borboleteando entre as pessoas ela enfim entendeu, que o poder da vida é ter a força de continuar.

Música para ouvir enquanto lê: Mine - Taylor Swift