Caio F. Abreu
E ser adulto é uma coisa complicada mesmo. Aos pouquinhos
esses baques da vida vão nos levando mais pra dentro da gente mesmo. Estou numa
fase difícil, diria a vocês que é a fase mais difícil da minha vida. Não sei,
não to bem sabe? Não adianta. A cuca não tá nada boa, e o coração tão apertado.
Nada mais me deixa completamente feliz. E nem pensem que o problema é alguém,
coração machucado por paixonites agudas e nem nada disso. O problema é comigo
mesmo, lá dentro, dentro desse meu coração de menino que não soube crescer, que
não conseguiu acompanhar o mundo e a sua evolução. Eu realmente estou em uma
fase complicada. Minhas gargalhadas não são mais de verdade, meus passeios não
passam de ilusão e tudo que eu faço é pra tentar esquecer esse medo, que anda
tomando conta de mim.
Hoje, ajoelhei e pedi muito para que Deus me carregasse um pouco no colo. Minhas pernas doem, e não sei se consigo mais dar alguns passos sozinho. Sabe, eu estou com medo da mudança que pode acontecer. Eu estou com medo do mundo.
Olho em minha volta, e tudo hoje parece tão fútil. As menininhas com seus dramas de corações apaixonados, os rapazes se perguntando se seu time de futebol vai para a final, as mães levando seus filhos a escola, os maridos inconformados com as contas no final do mês... e eu querendo só uma coisa, gritar. Gritar para todos: Ei, vocês não estão vendo? Parte de mim não está aqui mais! Façam alguma coisa! Parem de viver essas suas vidinhas de merda e prestem atenção em mim, estou precisando tanto, tanto de alguém que me dê a mão e me ajude nessa caminhada.
Mas é só vontade, e depois passa. Passa por que meu grito é pra dentro. Passa porque não adianta nada falar alto. Passa porque tem que passar. Depois como um sopro de Deus vem algo e me diz: Calma. Isso vai passar. Calma.
É, vocês não devem estar entendendo esse texto. Mas é que por mais que minha vontade seja gritar ao mundo tudo que está se passando em minha cabeça, eu me controlo. Fico quietinho. Dou risada, participo, bebo, brinco e converso. E é isso, aprende Jhony, aprende que o mundo não vai parar porque você está tão machucado. Aprende, aprende que agora é só você contra você mesmo. Aprende, aprende...
Hoje, ajoelhei e pedi muito para que Deus me carregasse um pouco no colo. Minhas pernas doem, e não sei se consigo mais dar alguns passos sozinho. Sabe, eu estou com medo da mudança que pode acontecer. Eu estou com medo do mundo.
Olho em minha volta, e tudo hoje parece tão fútil. As menininhas com seus dramas de corações apaixonados, os rapazes se perguntando se seu time de futebol vai para a final, as mães levando seus filhos a escola, os maridos inconformados com as contas no final do mês... e eu querendo só uma coisa, gritar. Gritar para todos: Ei, vocês não estão vendo? Parte de mim não está aqui mais! Façam alguma coisa! Parem de viver essas suas vidinhas de merda e prestem atenção em mim, estou precisando tanto, tanto de alguém que me dê a mão e me ajude nessa caminhada.
Mas é só vontade, e depois passa. Passa por que meu grito é pra dentro. Passa porque não adianta nada falar alto. Passa porque tem que passar. Depois como um sopro de Deus vem algo e me diz: Calma. Isso vai passar. Calma.
É, vocês não devem estar entendendo esse texto. Mas é que por mais que minha vontade seja gritar ao mundo tudo que está se passando em minha cabeça, eu me controlo. Fico quietinho. Dou risada, participo, bebo, brinco e converso. E é isso, aprende Jhony, aprende que o mundo não vai parar porque você está tão machucado. Aprende, aprende que agora é só você contra você mesmo. Aprende, aprende...
Para ouvir enquanto me lê: Vento no Litoral - Legião Urbana
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