quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meu eu!


E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.
Caio F. Abreu

Hoje, perambulando entre meus pensamentos mais tolos, insensatos e honestos... Encontrei por lá uma criança, acuada, quietinha em um cantinho escuro que nem mesmo eu sabia que existia por dentro do meu pensamento sutil. E a criança estava ali, encolhida, como alguém que estivesse com medo de desabrochar em um adulto e ter que enfrentar o mundo que nem sempre são flores, mas com certeza sempre muitos espinhos.
Eu tentava reconhecer quem era aquela criança, e quando ela olhou pra mim eu descobri que era eu. E mantinha aquela pele rosada, os olhos ingênuos e uma felicidade escondida na ponta do nariz! Eu fiquei me observando por um tempo, quieto, apenas olhando aquela criança tão minha que devia ser mais do mundo. De tão pequeno, aprendia a dar os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras vontades, mímicas e desejos... A criança foi crescendo, crescendo, e saiu do mundo do pensamento. Chegou a hora de enfrentar a vida aqui fora! Chegou o momento em que ela deve aprender a lutar, a agir, a reagir, a olhar, a balbuciar novos sentidos em palavras antigas. Aquela criança ainda existe, sedenta de esperança e feliz como o borboletear das gargalhadas sem motivo! Esse adulto que agora é carne, sangue, pés descalços, cabelos desalinhados, sentimento, alma, coração... Esse adulto que ainda teme o mundo lá fora, tem medo de reconhecer os monstros dentro das pessoas e acredita que no final tudo dará certo. Esse adulto e essa criança, lado a lado, dando o equilíbrio, dando a nostalgia da felicidade compartilhada por muito tempo ainda. Vamos criança, se joga sem medo! Anda adulto, chegou sua vez de rir de si mesmo e prosseguir sem medo. Afinal, todo dia descubro que a vida é um intenso e imenso não saber de nada.

7 comentários:

  1. bellissimo texto
    continua assim
    muito bem escrito
    prbns e muito sucesso.

    ResponderExcluir
  2. cara tu escreve bem pakas
    eu tambem escrevo
    da uma olhada lah
    http://juuesuascoisas.blogspot.com/2010/07/normal-0-21-false-false-false.html post acabou de sair

    ResponderExcluir
  3. Meu amigo, adoro ler toda manhã o seus textos eles me motivam a trabalhar e a cada dia mais te conheçer bem!
    Mil bjos e continue assim!!
    :)

    ResponderExcluir
  4. "... e uma felicidade escondida na ponta do nariz!"
    Own! Que coisa linda, Jhony! Você escreve puro, verdadeiro. É estranho perceber que ser adulto não nos dá tanta segurança assim. Parece que temos os mesmos medos de quando éramos criança... se não, MAIS medos. Mas a vida é assim, coisa esquisita.
    Beijos, menino lindo!

    ResponderExcluir
  5. Aceitar que a infância já passou e que agora temos nossas próprias responsabilidades, nunca é fácil. Mas a gente nunca deixa de ser criança, e isso me deixa muito feliz, rs. Ainda posso sair, me divertir, ai fofocar, badalar. É claro, no limite, pois tenho que saber o que é certo e errado, pensar como um adulto. Lindo texto Jhony, e confesso que te imaginei na manta com as bochechas rosadas, rs.
    Beijos :*

    ResponderExcluir
  6. seu texto sôou suave e simples, lindo de ler, acho que todo mundo tem uma criança meioq ue perdida, ou escondida dentro do coração ou dos pensamentos, uma criança, que fomos ou ainda somos e muitas vezes nem percebemos, , sua reflexão, é muito verdadeira, a cada dia descobrimos que a vida é mesmo um não saber nada! abraços, adorei o blog, passo mais vezes!

    ResponderExcluir
  7. Muito bom! Parabéns! Me identifiquei com seu texto.

    ResponderExcluir